terça-feira, 27 de maio de 2014

LIVRO: a troca

Lygia Bojunga Nunes

Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no 
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas - 
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.







Vídeo de entrevista com professor Pedro Demo sobre educação

Comentário sobre o vídeo encontrado em:
https://www.youtube.comwatch?v=5M3aTST4yQs

Gostei muito das colocações feitas pelo professor a respeito da importância de se valorizar os professores, para qualificá-los, para que possam construir seu próprio conhecimento, passando a serem capazes de formar alunos com essas mesmas características, não apenas indivíduos que simplesmente copiem o conhecimento e o repitam.
Outro aspecto que considerei  relevante é quanto a necessidade do professor estar sempre estudando, ser um pesquisador constante, não ficar apenas “ ministrando aulas”.
O entrevistado  fez outras colocações pontuais, referentes ao costume brasileiro de ler pouco,   dizendo que esse hábito deve ser cultivado principalmente pelo professor, que também não o possui.
Em minha vivência na educação, presencio todos esses aspectos, a maioria dos alunos vem de casas onde não há material de leitura, as famílias não leem. Muitos professores também não estão lendo, simplesmente pararam no tempo. Sempre tento mudar essa situação, incentivando o hábito de ler nos meus alunos, familiares e até em colegas professores, emprestando livros e revistas. Pensando não só como professora:
 Cada adulto tem um papel importante na educação dos pequenos. Cabe a cada um de nós  colaborarmos para o processo de aquisição da leitura, com nossas experiências, com nossas motivações e, principalmente, com nossa presença na vida das crianças. Aquilo que o adulto faz é sempre o maior exemplo para a criança (PARREIRAS, 2009).

A literatura precisa estar no cotidiano escolar, sem compromisso com menções, avaliações pois, caso sempre esteja atrelada a uma atividade posterior, passa a ser feita por obrigação, não por prazer e terá  o efeito de levar o aluno a considerar ler como algo cansativo, sem atrativos, afastando-o.
A leitura de um mesmo texto geralmente é diferente de uma pessoa para outra, pois dependerá da relação entre o texto e o leitor, suas reflexões, seus sentimentos, podendo uma mesma pessoa fazer diferentes leituras de um mesmo texto em épocas diferentes da vida. A leitura precisa ser trabalhada, onde o silêncio é importante, as hipóteses iniciais são um convite à curiosidade e a reflexão permite mudanças interiores.
Quando as crianças percebem o entusiasmo do adulto pela leitura, elas podem encantar-se pelo que é lido. A criança precisa ver o adulto lendo, nos mesmos momentos que ela lê, para que tenha um modelo do que é ser um leitor. Essa é a melhor maneira de despertar o amor pela leitura, o exemplo.


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Olá! Iniciando nova aventura na Web...

Sejam bem-vindos!
Estou me aventurando em mais uma aprendizagem: criar um blog.
Como amante dos livros, gostaria que todas as pessoas compartilhassem dessa paixão.Mas não é o que vejo ao meu redor, infelizmente!
Pensando nisso acredito que algumas pessoas têm o apetite pela leitura.


E você? Tem fome de ler?