sexta-feira, 4 de julho de 2014

outra sugestão para a garotada:

Coleção Para Gostar de Ler Júnior - Se Eu Fosse Aquilo

Além de mendigos coçando a orelha com palito de fósforo, mulher barbuda e simpática, pulga que gosta de arte moderna, família de morcegos no cinema... este livro fala de crianças de rua, analfabetismo, poluição...

Temas provocantes e às vezes sérios, personagens curiosos e muitas vezes engraçados desfilam pelos contos, poemas, anedotas, mitos e ilustrações de Ricardo Azevedo, que, como ele mesmo diz, mostram como a vida pode ser uma coisa rica, complicada, inesperada, interessante, meio louca, bonita, espantosa e cheia de surpresa.

Também já li para meus alunos, foi um sucesso!

Fonte: http://livrariaupstage.com/literatura-infantojuvenil/cole-o-para-gostar-de-ler-j-nior-se-eu-fosse-aquilo.html#productDescription
A cor da fome


Sugestão para trabalhar com crianças de 5º ano. Oferece muitos temas para conversas produtivas!

Sinopse - A cor da fome - Jonas Ribeiro

A cor da fome é uma história -infelizmente -mais verdadeira do que gostaríamos.Jonas Ribeiro expõe esse problema trágico, de maneira poética e repleta de desejo de superação.A vida ganha essa batalha.André Neves com seus recortes de listas telefônicas nos remete-como o texto o faz - ao comum,àquilo que está à nossa volta e que, por vezes, tentamos não ver.Encarar, como neste livro, esse assunto de frente e sem máscaras é um grande passo para podermos mudá-lo com ações. 
fonte:( http://www.skoob.com.br/livro/165100-a_cor_da_fome)

domingo, 29 de junho de 2014

Trecho de uma publicação interessante....sugiro a leitura do artigo de  J.R. Guzzo .

A importância dos livros e os analfabetos voluntários

Sou suspeito para falar, mas falo mesmo assim: a leitura é uma das melhores coisas do mundo! Entrar em contato com as mentes mais brilhantes que já existiram, participar desta grande “conversação” contínua, entre gerações, entre diferentes épocas e culturas, isso não tem preço. Beber dessa fonte de conhecimento, de um estoque de séculos de acúmulo de informação, expressão e sentimentos humanos, isso costuma ser algo transformador na vida de uma pessoa.
Falo isso após ler a coluna de J.R. Guzzo na Veja desta semana, sobre os “analfabetos voluntários”. Em tom de desabafo, Guzzo lamenta a grande quantidade de gente que pode, mas não lê, por falta de interesse. E diz que essa turma não difere daquela outra, de analfabetos que simplesmente não podem ler, pois não sabem. De fato, foi Mario Quintana quem disse: “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem”.
Guzzo pensa que as tecnologias modernas podem ter facilitado bastante o contado e o acesso à informação, mas nem por isso fizeram a comunicação avançar, a escrita evoluir, as pessoas lerem mais. Ao contrário: hoje tudo seria resumido, cortado, apressado, para caber em 140 caracteres.
Não sei se sou tão pessimista assim, e penso também na quantidade enorme de coisas profundas que pensadores como Nietzsche e Karl Kraus disseram em poucas frases; mas acho o alerta válido, pois sem dúvida o risco de banalização existe. Segue um trecho do artigo:
Guzzo
Lamento profundamente aqueles que escolhem o analfabetismo cultural, que fogem dos livros como o Diabo foge da cruz.

Fonte:( Coluna Rodrigo Constantino/ http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/a-importancia-dos-livros-e-os-analfabetos-voluntarios/)


terça-feira, 17 de junho de 2014

 DEPOIMENTO:

   Durante minha trajetória como professora por vinte e três anos, trabalhando com crianças de cinco a doze anos, sempre considerei fundamental a leitura para o desenvolvimento total da criança; assim sendo, procuro estimular o gosto pela leitura e desenvolver esse hábito desde cedo.
   Pela observação do comportamento leitor de muitas crianças em salas de aula, bibliotecas e ambientes familiares, constatei que refletem o modelo dos adultos com os quais convivem. Por entrevistas informais constatei que as crianças são atraídas, num primeiro momento,  pelo projeto gráfico dos livros.     Esses fatores levaram a escolha do tema a ser estudado.
Costumo oferecer a meus alunos diversos livros, de gêneros variados, em bibliotecas volantes, que são caixas disponíveis em sala de aula o tempo todo. As crianças podem ler ao terminarem suas atividades, no recreio ou durante algum momento livre e podem levar para casa. A seleção do que irão ler é feita por eles mesmos e não há atividades pedagógicas relacionadas a esses livros. Nas escolas onde há biblioteca, os próprios alunos também fazem a seleção pessoal.
    Ao observar as escolhas feitas fui percebendo que alguns livros nunca eram selecionados. Comecei a questionar as crianças o motivo disso e obtive respostas como: “Esse livro é chato.” “Esse livro não tem graça”. “Esse livro é feio.” Entre outras, mesmo sem terem noção do conteúdo.
Baseada no dito popular “Não devemos julgar um livro pela capa”, escolho esses livros desprezados pelas crianças para ler para elas. Percebo a surpresa ao final da leitura quando gostam da história e passam a seleciona-los posteriormente; porém apenas aqueles que li; os que não leio continuam sendo desprezados.
    Assim comecei a questionar minhas atitudes. Qual a necessidade de ler os livros pouco atrativos se as crianças continuam escolhendo o livro pela capa? Passei a perguntar a adultos leitores sobre como faziam suas escolhas de livros, já que o que me atrai num primeiro momento, o que me leva a pegar um deles numa livraria, por exemplo, se não sei nada sobre ele ou seu autor, é o design (capa, imagem, cor e título) somente, então, leio a resenha, para a decisão final de ler ou descartar tal título. Descobri vários adultos agindo dessa forma, que não se importam com ilustrações internas; mas para a criança no início da alfabetização e antes disso, uma das primeiras leituras do livro é a da imagem da capa, que funciona como um convite ou um repelente do mesmo.

Claudia Luzia 

quinta-feira, 12 de junho de 2014


CRÔNICA:

"A regreção da redassão"

Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever:
 Mas, minha senhora – desculpei-me –, eu não sou professor.
 Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.
 Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar –, eu não tenho o menor jeito com crianças.
 E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: "Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever". Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém mais faz diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
 E você sabe por que essa geração não sabe escrever? Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando o perder completamente, você vai escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar num açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece hoje bilhete de loteria:
 Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.
 Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
 E a senhorita não quer ler? – perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.
 O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador
 E o senhor? Não está interessado nuns textos?
 É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
 E o senhor, vai? Leva três e paga um.
 Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.
Assustou-se com o tamanho do texto.
 O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo pra ler tudo isso? Não dá para resumir tudo em cinco linhas?
Só não estou muito certo quanto à perda do hábito de leitura. Para mim, os estudantes não perderam o hábito de leitura. E sabe por quê? Porque nunca o tiveram. E agora, com essa geração que cresceu sob o signo da televisão, dificilmente o hábito será implantado.
O Diretor do Departamento de Letras da PUC ficou impressionado, no vestibular realizado no meio do ano, com a qualidade do texto dos candidatos. Num trabalho de redação, cerca de 10% dos candidatos – pasmem – não conseguiram redigir uma única linha. Além disso, um inspetor conhecido contou-me que no início da prova viu um candidato gordinho debruçar-se meio sem jeito sobre o papel. Agarrou o lápis e, na tentativa de escrever, foi ficando vermelho, com as veias puladas, mordendo a língua, revelando um esforço descomunal. Pensei – disse o inspetor – que fosse explodir. Depois de uma hora, já com a sua pele assumindo um tom arroxeado, deu um largo suspiro, jogou o lápis pro alto e relaxou na cadeira.
 Acabou? – perguntou o inspetor, preocupado.
 Acabei – respondeu, passando a mão na testa suada.
 Não quer entregar?
 Um momentinho. Eu acabei só a primeira linha.
Os mestres estão alarmados com esses candidatos que se encaminham para ocupar cargos importantes na sociedade brasileira. "Fico preocupado" – disse o diretor – "imaginando como será a nossa elite de amanhã". Um dos sintomas mais evidentes das dificuldades de escrever aparece no próprio talhe da letra. Vendo as provas, fiquei estarrecido: uma caligrafia dessas que você encontra em quem só sabe assinar o nome. Todas tremidas. Tão tremidas que perguntei ao diretor se não tinha havido algum terremoto na hora da prova.
Não há dúvidas: o estudante brasileiro não sabe escrever. Não sabe escrever porque não lê. E não lendo também desaprende a falar. De onde se conclui que essa é uma geração sem palavra. Palavra de honra. Uma geração de poucas palavras (e muito som).
É assim que os homens aí estão formando um grande país. Quer dizer, os estudantes não escrevem, não lêem, não falam, não pensam. Tudo isso me faz pensar que estamos muito mais perto do que imaginava da Idade da Pedra. A prosseguir nessa regressão, ou a regredir nessa progressão, não demora muito estaremos todos de tacape na mão reinventando os hieróglifos. Neste dia, então, a palavra escrever ganhará uma nova grafia: ex-crever.

(Texto adaptado  - NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Literatura
‘Sick-lit’: a literatura que não subestima o adolescente
Pacientes com graves doenças físicas e psicológicas substituem vampiros e bruxos no gosto infantojuvenil e dão espaço para reflexões sobre a vida e a morte, sem fantasiar a realidade a seus leitores
Raquel Carneiro
Detalhe da capa do livro 'As Vantagens de Ser Invisível' com os atores da adaptação cinematográfica
Detalhe da capa do livro 'As Vantagens de Ser Invisível' com os atores da adaptação cinematográfica (Reprodução)
A literatura é feita de ciclos. Isso se observa na alternância de estilos e escolas que atravessa os séculos, mas também, de maneira bem mais prosaica, nas mudanças rápidas por que passa o mercado de livros - mais ainda, o voltado aos adolescentes. Até pouco tempo encantados pelas fantasias de bruxos, vampiros e anjos, os leitores infantojuvenis estão agora tomados pela dura realidade das vítimas de câncer, transtornos alimentares, automutilação e depressão. São os representantes daquela que a imprensa americana já apelidou de sick-lit (literatura de doença), expressão derivada de chick-lit (a literatura feita para mulherzinha). Mas esse filão, que é um fenômeno comercial – nesta semana, três livros estão entre os mais vendidos de VEJA – poderia ser definido ainda de outra forma: como a literatura que não subestima o adolescente. E que o adolescente não subestima.
Antecedentes
Ainda que os livros façam sucesso, o termosick-lit não agrada a boa parte dos editores e escritores, para os quais o termo reduz as obras. “São livros que levam uma mensagem legal, que não tem nada a ver com a ideia que se forma quando ouvimos o termo sick-lit”, defende Danielle Machado, editora de livros jovens da Intrínseca, responsável por trazer para o Brasil as obras A Culpa É das Estrelas eExtraordinário, de R.J. Palacio. “Ambos estão envolvidos em um contexto maior. Como o caso do Extraordinário, sobre um garoto com deformidade facial. O dilema que ele vive no livro é algo além da doença, é um dilema comum a jovens sadios que é o bullying.”
Apesar do apelido, mal utilizado ou não, a literatura marcada por males e doenças e a iminência de uma morte quase datada – de preferência nos braços de uma pessoa amada –, não é exatamente uma novidade. Novo é ter tantos livros conquistando leitores ao mesmo tempo – o que denota uma tendência de mercado. “Desde Homero, a questão da morte é forte na literatura”, conta João Ceccantini, professor de Literatura Brasileira da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis. “Mas o livro deve ter qualidade e não apelar para o lado piegas da doença, senão será apenas mais um modismo que alguns autores usam para vender livros. Se a obra tem soluções estéticas boas, então a leitura vale a pena.”
“Esses livros vão além do entretenimento”, diz Fernando Baracchini, presidente da editora Nova Conceito, responsável por trazer para o Brasil em 2012 o título Garotas de Vidro, sobre uma jovem com anorexia, e também um dos “avós” do filão, Um Amor para Recordar, de Nicholas Sparks, livro lançado em 1999 e já vertido para o cinema, que fala sobre uma adolescente careta que descobre ter leucemia e se envolve com o badboy da cidade. Ciente da força que o filão adquiriu nos últimos tempos, Baracchini, que o chama de “nova tendência” e “aposta do mercado”, já tem outros três títulos engatilhados para este ano. O único deles que adianta é A Menina que Semeava, do autor americano Lou Aronica, sobre uma garota de 14 anos que teve câncer na infância e criou em sua mente um mundo fantasioso para lidar com a doença.

O câncer também aparece naquele que é o carro-chefe do filão, o best-seller
 A Culpa É das Estrelas (Intrínseca, 288 páginas, 29,90 reais), do americano John Green. Na história, a jovem Hazel Grace, de 16 anos, convive com um câncer na tireoide que já tomou parte de seu corpo e a mantém na expectativa da morte. O livro tem parentesco com Antes de Morrer, de Jenny Downhan, sick-lit sobre uma garota com câncer que monta uma lista de coisas para fazer antes de morrer, com a diferença de que Hazel não tem a intenção de viver cada dia como se fosse o último, e se relaciona com a ideia da morte do modo direto, sem filtros. O livro de Green, que saiu em 2012 e vendeu mais de 1 milhão de cópias pelo mundo, tem agora um roteiro encaminhado para o cinema, assinado pelo próprio autor em parceria com dois roteiristas. Pode seguir a mesma trilha de O Lado Bom da Vida, sobre o romance entre dois pacientes psiquiátricos, que virou filme e rendeu um Oscar à atriz Jennifer Lawrence neste ano.

Outro representante do grupo que em breve estará em cartaz é
 Extraordinário (Intrínseca, 320 páginas, 24,90 reais), da escritora americana estreante R.J. Palacio. O livro, que chegou ao Brasil em fevereiro, é um drama com tons de reflexão sobre um garoto de 10 anos que possui uma síndrome genética causadora de deformidade facial. Narrado pelo próprio protagonista, o livro apresenta o ponto de vista de uma criança que, ciente de sua estranheza e de seu deslocamento no mundo, cria um manifesto em favor da gentileza e contra o bullying, temática comum entre adolescentes que nem precisam de uma doença grave para experimentar esse tipo de violência. 
A Culpa É das Estrelas
(Tradução de Renata Pettengill, Intrínseca, 288 páginas, 29,90 reais) No best-seller lançado em 2012 pelo americano John Green, dois adolescentes se conhecem em um grupo de apoio para jovens com câncer. Hazel tem 16 anos e convive há três com a doença que começou na tireoide e atacou seus pulmões. Desenganada pelos médicos, a garota ainda sobrevive por causa de um tratamento experimental que tem funcionado. Já Augustus, 17 , teve osteossarcoma e amputou uma das pernas. Os dois vivem um romance tão sincero quanto as falas e os pensamentos criados por Green. “Apenas tentei escrever uma história honesta sobre o câncer”, disse o autor em entrevista à revista VEJA.
Repleto de frases filosóficas, mas sem cair nos clichês de autoajuda, o livro estreou direto no primeiro lugar na lista infantojuvenil de best-sellers do jornal The New York Times, e já soma mais de 1 milhão de exemplares vendidos no mundo, 90 000 deles no Brasil. A história será adaptada para o cinema, ainda sem data de estreia, com a jovem atriz Shailene Woodley (Os Descendentes) no papel principal.

Empatia – Para a escritora Bruna Vieira, 18 anos, esses livros propõem que o leitor se projete numa realidade muitas vezes difícil, mas sempre intensa – e esse é um dos segredos de seu sucesso. “Gosto de ler um livro e pensar que a personagem poderia ser minha melhor amiga”, diz. Não é difícil. Muitos personagens, ameaçados pela morte, procuram viver cada dia como se fosse o último – e intensidade é uma palavra-chave na adolescência. Ela pauta tudo, para os personagens e para os leitores que os acompanham: o primeiro amor, os laços de amizade, o medo do futuro e o medo da morte. 

“As pessoas dizem que a adolescência é a fase mais gostosa da vida de uma pessoa, mas é também aquela em que somos mais frágeis. Tudo é novo e forte. Livros como
 As Vantagens de Ser Invisível mostram isso”, afirma Bruna, que é autora do blog Depois dos Quinze, do site da revista CAPRICHO (da Editora Abril, que também edita VEJA). Hit entre adolescentes, a página, criada por ela em 2009 para falar da tristeza de levar um fora do namorado, deu origem a um livro homônimo no ano passado. “Acredito que a vida é assim. Temos de aprender com as coisas ruins que acontecem e seguir em frente”, diz a jovem, que encontrou nos livros e no blog uma forma de encarar seus problemas. Apesar de tratar de um momento de superação, o livro de Bruna não pode ser classificado como sick-lit, já que é feito de crônicas pessoais sem um personagem fictício enfermo. Por enquanto, não existem representantes brasileiros da tendência.

Aprendizado – Ainda que o adolescente reconheça o valor desses livros, há sempre uma tropa de choque de plantão disposta a barrá-los. As Vantagens de Ser Invisível, que saiu pela primeira vez em 1999 e ganhou reedição no ano passado, de carona no filme de mesmo nome, conquistando um espaço que mantém até hoje na lista dos mais vendidos, já vendeu mais de 3 milhões de exemplares pelo mundo. Mas isso não impediu que o título enfrentasse resistência.

Em entrevista ao site de VEJA, o autor, o americano Stephen Chbosky conta que o livro chegou a ser proibido em algumas escolas dos Estados Unidos a pedido de associações de pais e educadores. O motivo seria o teor “pesado” da obra, que trata abertamente do abuso de álcool e drogas, e traz como personagem principal um adolescente depressivo com um amigo que se suicida. “Acho que pais e educadores têm responsabilidade em tentar filtrar o que é consumido pelos adolescentes. Porém, não creio que esse tipo de proibição seja eficaz. Se eles não estiverem lendo
 As Vantagens de Ser Invisível, vão ler coisas na internet que podem ser realmente inadequadas”, diz Chbosky. “Eu, como pai, quero proteger minha filha de várias coisas, mas no fundo sei que não é possível. Creio ser mais eficiente manter diálogo em casa. Que os pais conversem com os filhos sobre o que leem e debatam em vez de proibir.” 
A recomendação é a mesma de João Ceccantini, professor de Literatura Brasileira da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis. “Os caminhos que levam à leitura são oblíquos. Os jovens leem o que estão com vontade de ler. É ilusão achar que o jovem vai ouvir só o professor, o pai ou a mãe a respeito do que deve ler ou não. A leitura deve satisfazer um desejo interior.” 

O medo do impacto que produtos culturais, dos livros ao cinema, podem ter sobre os filhos é comum em famílias dadas à superproteção. “É normal que os pais tenham receio, mas eles devem lembrar que os filhos precisam amadurecer e aprender a cuidar de si mesmos, além de lidar com problemas graves que podem acometer pessoas à sua volta, se não a eles mesmos, no curso da vida”, diz Marisol Montero Sendin, médica pediatra e psicanalista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo. “Usar livros como veículo de aprendizagem para situações difíceis da vida é interessante”, complementa a psicanalista, que indica
 A Culpa É das Estrelas para famílias de crianças com câncer, a fim de melhorar o diálogo sobre a doença em casa. 

“É uma literatura que educa e deve ser lida pelo jovem e também por seus pais”, corrobora Baracchini, da Nova Conceito. Para ele, um livro como
 Garotas de Vidro pode fazer um pai enxergar o distúrbio alimentar de um filho ou filha e aprender como agir, ao menos no começo.

“Acho um exagero dizer que um livro pode levar alguém a agir de determinada forma. Talvez um garoto que já esteja deprimido, mas por outras razões, leia
 As Vantagens de Ser Invisível e se sinta, sim, pior. Mas a natureza do livro não é essa, ele vai além disso, fala sobre amizade, amor, identidade”, diz Stephen Chbosky. Prova de que o livro pode ter efeito positivo sobre o leitor é que uma adolescente contou ao escritor ter desistido de se suicidar depois de lê-lo.

(FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades)

terça-feira, 27 de maio de 2014

LIVRO: a troca

Lygia Bojunga Nunes

Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no 
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas - 
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.







Vídeo de entrevista com professor Pedro Demo sobre educação

Comentário sobre o vídeo encontrado em:
https://www.youtube.comwatch?v=5M3aTST4yQs

Gostei muito das colocações feitas pelo professor a respeito da importância de se valorizar os professores, para qualificá-los, para que possam construir seu próprio conhecimento, passando a serem capazes de formar alunos com essas mesmas características, não apenas indivíduos que simplesmente copiem o conhecimento e o repitam.
Outro aspecto que considerei  relevante é quanto a necessidade do professor estar sempre estudando, ser um pesquisador constante, não ficar apenas “ ministrando aulas”.
O entrevistado  fez outras colocações pontuais, referentes ao costume brasileiro de ler pouco,   dizendo que esse hábito deve ser cultivado principalmente pelo professor, que também não o possui.
Em minha vivência na educação, presencio todos esses aspectos, a maioria dos alunos vem de casas onde não há material de leitura, as famílias não leem. Muitos professores também não estão lendo, simplesmente pararam no tempo. Sempre tento mudar essa situação, incentivando o hábito de ler nos meus alunos, familiares e até em colegas professores, emprestando livros e revistas. Pensando não só como professora:
 Cada adulto tem um papel importante na educação dos pequenos. Cabe a cada um de nós  colaborarmos para o processo de aquisição da leitura, com nossas experiências, com nossas motivações e, principalmente, com nossa presença na vida das crianças. Aquilo que o adulto faz é sempre o maior exemplo para a criança (PARREIRAS, 2009).

A literatura precisa estar no cotidiano escolar, sem compromisso com menções, avaliações pois, caso sempre esteja atrelada a uma atividade posterior, passa a ser feita por obrigação, não por prazer e terá  o efeito de levar o aluno a considerar ler como algo cansativo, sem atrativos, afastando-o.
A leitura de um mesmo texto geralmente é diferente de uma pessoa para outra, pois dependerá da relação entre o texto e o leitor, suas reflexões, seus sentimentos, podendo uma mesma pessoa fazer diferentes leituras de um mesmo texto em épocas diferentes da vida. A leitura precisa ser trabalhada, onde o silêncio é importante, as hipóteses iniciais são um convite à curiosidade e a reflexão permite mudanças interiores.
Quando as crianças percebem o entusiasmo do adulto pela leitura, elas podem encantar-se pelo que é lido. A criança precisa ver o adulto lendo, nos mesmos momentos que ela lê, para que tenha um modelo do que é ser um leitor. Essa é a melhor maneira de despertar o amor pela leitura, o exemplo.


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Olá! Iniciando nova aventura na Web...

Sejam bem-vindos!
Estou me aventurando em mais uma aprendizagem: criar um blog.
Como amante dos livros, gostaria que todas as pessoas compartilhassem dessa paixão.Mas não é o que vejo ao meu redor, infelizmente!
Pensando nisso acredito que algumas pessoas têm o apetite pela leitura.


E você? Tem fome de ler?